Skip to main content

Falar em The Legend of Zelda, sem falar no episódio Ocarina of Time, é bastante difícil. Falar em Ocarina of Time sem tratar do importante papel da música nele, é quase impossível, notadamente pelo fato de o subtítulo do jogo já apontar para um instrumento musical: a ocarina.

Como parte da comemoração dos 25 anos da franquia The Legend of Zelda, a Nintendo lançou (em 19/06/2011, nos EUA) o remake de The Legend of Zelda: Ocarina of Time. Com ele, trouxe toda a aventura e magia do original, remasterizada com gráficos soberbos em 3D. Mas e quanto à música? Qual o tratamento dado a ela?

Para quem nunca jogou Ocarina of Time, em sua versão original para Nintendo 64, pode não compreender o porquê da indagação, já que, em muitos jogos, a trilha sonora é apenas música de fundo – importante, sim, mas nada que precise de tanta atenção num remake.

Em Ocarina of Time, porém, essa premissa não pode ser aceita como verdadeira, pois as melodias são praticamente o ponto central do jogo e determinante de vários momentos do game. Não fosse a musicalização, certamente o jogo haveria de ser completamente reformulado, com uma mecânica totalmente diferente.

Por força disso, uma competente remasterização da trilha do jogo era conditio sine qua non para a perfeição do conjunto novo, que homenageia o jogo original.

A criação e a remasterização da trilha sonora de Ocarina of Time

Conforme se extrai do Iwata Asks*1 a respeito do remake, a recriação da música em TLoZ: OoT 3D não foi fácil. O trabalho foi conferido a Mahito Yokota – conhecido pela orquestração dos temas de Super Mario Galaxy e Super Mario Galaxy 2 e, mais recentemente, pelo trabalho na orquestração dos temas de TLoZ: Skyward Sword – que, embora bastante empenhado na tarefa, não compreendeu, de plano, o que a música representa em Ocarina of Time.

Koji Kondo e Mahito Yokota

Os grandes nomes por detrás da música em OoT

Durante o desenvolvimento preliminar da recriação da trilha de OoT, Yokota procurou utilizar todo seu conhecimento musical e arquitetou uma revolução sonora para a nova edição do game. Certamente, pelo histórico de excelentes obras de Yokota, a trilha ficaria esplendorosa, mas, Koji Kondo, na qualidade de supervisor de áudio do projeto, foi direto com Yokota, no sentido de que ele se certificasse de se “manter fiel ao som do Nintendo 64”.

Pode parecer meio ríspido o balde de água fria que Kondo deu em Yokota, principalmente porque ele já tinha alterado quase 50% dos arranjos originais, mas tinha uma razão de ser: a música em Ocarina of Time é parte integrante da própria experiência de jogo, portanto, ela deve expressar exatamente o que se passa com Link.

Assim, mesmo que utilizados “instrumentos virtuais” de melhor qualidade no 3DS, a forma de soar haveria de ser a mesma da experiência original, para não prejudicar a essência do próprio jogo.

Comparação dos gráficos de OoT para N64 e 3DS

Comparação dos gráficos de OoT para N64 e 3DS

Kondo explicou que “o mais importante quando fazendo música para The Legend of Zelda é criar um ambiente sonoro que expresse a situação em cena. (…) Link é você dentro do jogo The Legend of Zelda (…) diferentemente de em Super Mario Bros., que você controla um personagem na tela.”

Com isso, Yokota compreendeu que a música de The Legend of Zelda é feita “sob o ponto de vista de Link”, o que mudou completamente a forma de se pensar a música no jogo.

A trilha sonora como elemento da própria experiência de jogo

De fato, é possível perceber que, em Ocarina of Time, a música não é simplesmente executada em cada cenário, como se fosse um filme com cenas prontas, apoiado em uma trilha sonora específica. Não. Em Ocarina of Time, a música segue os eventos do jogo, de forma interativa.

A título de exemplo, observe-se que a música tema de Hyrule Field não é a mesma o tempo todo. Isso se deu, pelo fato de o campo ser muito extenso e porque, por bastante tempo no jogo, o jogador não tem acesso a um meio de transporte mais veloz (a Epona). A fim de evitar a saturação do tema durante o jogo, Kondo teve a seguinte ideia: criar diversos grupos de compassos (ao todo foram 20 grupos), com o mesmo tom, ritmo, tempo de notas e baseados no mesmo tema, que pudessem ser executadas em qualquer ordem. Esses 20 grupos foram divididos, ainda, em três categorias: normal, batalha e silêncio.

Link criança em Hyrule Field de OoT

Link criança em Hyrule Field de OoT

A ideia, além de evitar a mesmice do tema, era de que o jogador não percebesse mudanças bruscas da música, conforme houvessem alterações nos acontecimentos do jogo.

É muito comum em jogos de RPG, especialmente quando há batalhas aleatórias contra inimigos, o tema de fundo representar o local da caminhada e, repentinamente, a tela mudar de cenário, mudando, também, abruptamente, a música. Em Ocarina of Time, como se sabe, isso não acontece.

As batalhas, especialmente no campo, são mais fluidas, tendo o jogador condições de ver o inimigo de longe, então, conforme explicação do próprio Koji Kondo, ficaria muito estranho iniciar do nada um tema de batalha, sendo que você nem chegou ao inimigo ainda. Destarte, da forma como a música foi projetada, a transição do tema “normal” para o “batalha” é quase imperceptível, pois é uma variante do tema original, mas mais intenso.

O mais interessante é que, como o ritmo da música é sempre o mesmo, o tema volta ao normal logo após a batalha, também de forma bastante discreta, e a jornada continua sem qualquer interferência ou desconforto para os ouvidos do jogador. O mesmo vale para quando o jogador para por algum tempo no campo: a música, suavemente se altera para a versão “silêncio” e retorna ao “normal”, tão logo o jogador se movimente novamente.

Outra música que tem papel importante na sequência do jogo e representa bem o momento vivenciado pelo jogador/Link (e é uma das preferidas de Koji Kondo) é a “The Courtyard Game at Hyrule Castle”. Kondo projetou essa melodia para representar verdadeira brincadeira de esconde-esconde. Segundo ele, a canção precisava ser bastante distinta para prender a atenção do jogador e ficar em sua memória, já que é executada uma única vez durante o jogo.

Para Kondo, em Ocarina of Time o mais importante não era exatamente como a música soaria independentemente, mas como ficaria dentro do contexto do jogo. Por isso, outra música que lhe agrada bastante é a executada durante o minigame Super Cucco, pois reproduz o som que as galinhas fazem, representando bem a ideia do minigame.

Interessante também anotar que até o tema da tela de título do jogo foi projetado com determinado propósito e estilo. Quanto Yokota mostrou sua versão nova para Kondo, este questionou porque o rearranjador tinha suprimido o eco da ocarina. Yokota explicou que o eco ocupava muita memória da CPU, além de não soar muito bem nas caixinhas de som do 3DS.

Em que pese esse fato, Koji Kondo explicou que, além de a ocarina ficar muito aguda/estridente sem qualquer eco, esta era importante para demonstrar que a melodia vinha de longe. Fica claro na abertura que não é Link quem toca a música na ocarina. E não podia ser diferente, pois, na mente de Kondo, a música era executada por Saria e vinha de Lost Woods (ou será que vinha de Mario, do Mystical Warp Zone*2?).

Como se pode perceber, assim como Yokota percebeu, na nova versão a trilha sonora é idêntica à original – embora, claro, com instrumentos digitais mais avançados -, o que permite aos já experientes em OoT reviver todos os momentos do jogo, como se recordam, bem como traz aos novatos a possibilidade de experimentar a mesma sensação vivida por aqueles que jogaram a versão original pela primeira vez.

O cuidado na escolha dos temas musicais

Analisando de forma profunda a trilha sonora de OoT, fica bastante claro o cuidado dispensado na escolha dos temas, seus nomes, ritmo e instrumentos para os executar. Certamente Koji Kondo realizou vasta pesquisa musical para fazer com que cada tema executado cumprisse sua ideia de expressar a visão de Link sobre os acontecimentos.

Indo mais além, anote-se que, por se passar o enredo em ambientes que remetem ao período medieval (castelos, espadas, cavaleiros, armaduras, princesa), a musicalização é toda feita com base em instrumentos acústicos e essencialmente eruditos. O principal deles, por óbvio, é a ocarina (mais detalhes sobre o instrumento serão tecidos, oportunamente, em artigo específico).

Ato contínuo, observe-se que os povos que habitam em Hyrule são bastante distintos, portanto, os estilos musicais de cada localidade também difere. Em Kokiri Forest, como a população é juvenil, quase infantil, a melodia é bastante alegre, lúdica, abusando de tons maiores e instrumentos de timbres agudos, que parecem conversar entre si, dando um ar de brincadeira de criança ao tema.

Em Kakariko Village, por seu turno, por ser um bairro residencial camponês, a música já é mais calma, bucólica.

No mercado em frente ao Castelo de Hyrule, em função da agitação da multidão, a melodia se apresenta de forma mais dinâmica, animada, lembrando a forma de tocar dos antigos menestréis (cantores e poetas de rua), comuns no período medieval.

Em Zora’s Domain, por apresentar cenário aquático/gélido, a música representa um nado, com direito a sonorização representativa de gotas d’água. A música ecoa bastante, fazendo referência à altura do teto da caverna.

Lon Lon Ranch, por abrigar cavalos e vacas, ostenta tema que remete ao ritmo country romântico, por isso usa e abusa de acordes e arpejos de violão e notas escorregadias ao violino.

Por fim, Gerudos Valley, por estar localizado no deserto e sua população representar os povos existentes no norte da África e Oriente Médio, a música apresenta batida tradicional da música árabe, mesclada com ritmos ciganos. A melodia, ainda, traz uma sensação de música mexicana, pelo uso peculiar de trompetes e violão.

Mas o cuidado com a trilha sonora, não parou por aí. Até os nomes das melodias executadas por Link, ensinadas por Sheik, são fiéis ao estilo de composição das peças que serviram de inspiração. Veja-se:

1. Minueto da Floresta (Minuet of Forest)

Minueto é um estilo de dança, criada na França e se tornou muito popular na corte de Luis XIV. O termo “minueto” significa “dança de passos miúdos”, como sinônimo de delicadeza e elegância dos movimentos. Existem inúmeros minuetos compostos desde o período barroco*2. O ritmo é de compasso ¾, tal qual as valsas, mas mais lento.

Johan Sebastian Bach – Minueto em Sol Maior

Em OoT, o minueto foi utilizado como música de teleporte para a entrada do Templo da Floresta e apresenta exatamente as características dos minuetos: leveza, delicadeza e ritmo de 3 tempos. Supõe-se que a escolha do estilo, para esse tema, faça alusão aos “passos miúdos” dos Kokiri.

2. Bolero do Fogo (Bolero of Fire)

O bolero (não aquele que se ouve em festas de Bodas de Prata e baile da terceira idade) se caracteriza especialmente pelo uso da célula rítmica criada por Maurice Ravel, em 1928. Todavia, igualmente indica música dançante e se liga a ritmos latinos (espanhóis e cubanos). O Bolero do Fogo, embora utilize melodia própria, totalmente diferente do “Boléro” de Ravel, apresenta a mesma célula rítmica do estilo. Além disso, acredita-se que faça referência ao gosto de Darunia pela dança.

3. Serenata da Água (Serenade of Water)

Serenata, além de indicar a performance musical do cantor para a amada na janela, representa toda música dedicada a alguém, feita em honra a alguém. Caracteriza-se por movimentos simples e agradáveis, sem momentos de drama.

Robert Schumann – Serenata (não tem nada a ver com a serenata da água, mas é só para ter uma ideia do ritmo que se costuma utilizar nesse tipo de composição)

Em OoT, não se sabe o motivo para nominar a música da entrada do Templo da Água de serenata, mas cogita-se que seria em homenagem ao King Zora ou profecia a respeito da paixão de Ruto pelo Herói do Tempo. Ademais, Sheik fala de amor logo antes de ensinar a música a Link: “O tempo passa, as pessoas seguem/Como a corrente de um rio, jamais acaba/Um cabeça infantil se torna nobre ambição/Amor juvenil se tornará profunda afeição/A clara superfície da água reflete crescimento/Agora ouça a Serenata da Água para refletir sobre você mesmo…”

4. Noturno das Sombras (Nocturne of Shadow)

A expressão “noturno” é atribuída, geralmente, a peças de piano solo, de caráter introspectivo. Chamam-se noturno, pois as obras são inspiradas pela noite ou a ela dedicadas. A melodia é cantante, sobre acompanhamento, em sua maioria, arpegiado*4. O principal compositor desse estilo musical é Frédéric Chopin*5.

Frédéric Chopin – Noturno em Mi bemol Maior, Op.9 No.2

Nada mais oportuno do que escolher um noturno para intitular o tema que conduz Link para o Cemitério de Kakariko Village e entrada para o Templo das Sombras.

5. Requiem do Espírito (Requiem of Spirit)

Requiem é uma expressão latina que significa “repouso”, retirada do canto apostólico romano requiem aeternam dona eis, que significa “dai-lhes o repouso eterno”. A palavra é utilizada para intitular obras compostas para execução em missas fúnebres, observando estrutura e sequência postas para o andamento da missa*6. Os Requiem mais famosos são os compostos por Mozart (1791) e Verdi (1869)*8.

Wolfgang Amadeus Mozart – Requiem Ré menor

Em OoT, o tema foi escolhido para dar acesso ao Templo do Espírito, que recria ambientes do Egito Antigo, reconhecido pelo culto aos mortos e guarda dos corpos, por mumificação, para eventual ressurreição. Por essa razão, tal qual nos itens anteriores, afigura-se adequada a escolha.

6. Prelúdio da Luz (Prelude of Light)

“Prelúdio”, em teoria musical, significa “aquilo que vem antes”, funcionando como uma espécie de introdução ao tema principal da obra musical.

Em Ocarina of Time, o Prelúdio da Luz, embora não seja a primeira música de teletransporte aprendida por Link, é a música que o conduz para o primeiro Templo. Indo mais além, acreditam alguns que o termo “luz”, no contexto do jogo, queira indicar “conhecimento”. Nesse caso, nada mais apropriado do que o templo – e a música – onde começa a vida adulta de Link seja o Prelúdio do Conhecimento a respeito do que se seguirá. Isso fica evidente nos primeiros dizeres de Sheik, ao antecipar a jornada de Link:

Eu estava te esperando, Herói do Tempo…Quando o mal tudo governar, um chamado do Reino Sagrado chegará àqueles destinados a ser Sábio, que descansam nos cinco templos.

Um na profunda floresta…

Um na alta montanha…

Um embaixo do vasto lago…

Um dentro da casa dos mortos…

Um dentro da divindade da areia…

Juntos com o Herói do Tempo, aqueles que forem acordados irão prender o mal e trazer de volta a luz da paz ao mundo.

Esta é a lenda dos templos, passada de geração em geração pelo meu povo, os Sheikah. (…)

De toda sorte, interpretações mil à parte, o que se pode afirmar, com certeza, é que Koji Kondo, durante a composição dos temas para The Legend of Zelda: Ocarina of Time, não apenas lançou mão de melodias bonitas, que pareciam deixar a experiência interessante. Muito pelo contrário, Kondo pesquisou a fundo os estilos musicais e toda a simbologia existente nesses estilos, para adequá-los aos símbolos e mitos da Lenda de Zelda, em OoT.

É muito interessante a análise de OoT, pois sob qualquer aspecto é perceptível o trato refinado dado ao episódio, desde a ambientação e enredo até a música. Pode ser que, para muitos, o título de melhor jogo de todos os tempos seja um exagero ou, no que toca à música, que haja temas e arranjos mais bem elaboradas por outros compositores, ou pelo próprio Koji Kondo, para outros jogos.

Entretanto, quando OoT é visto pormenorizadamente, observando-se todas as ideias e elementos por detrás da criação do game, entendendo-se os motivos da colocação de cada objeto em dado local ou momento do game, a tarefa de afastar o atestado de qualidade descomunal do conjunto se torna bastante difícil.

Como o próprio time de desenvolvimento já expressou: “não é a história em si que é épica, mas a combinação de história, personagens e emoções sentidas pelos jogadores”.

OoT é o melhor game de todos os tempos pelo conjunto, não pelos elementos em separado. Cada vez mais fica claro que o enredo não seria nada sem a ambientação correta, os acontecimentos não seriam tão marcantes se não fosse a trilha sonora e a música não faria nenhum sentido se não espelhasse a própria aventura. Por força dessa conjugação racional de elementos bem trabalhados, é que OoT é visto por muitos como merecedor do título de melhor jogo de todos os tempos.

A trilha sonora, por seu turno, apesar de todo o exposto, é, sem dúvida, uma das mais bem compostas. Não pela dificuldade de execução ou complexidade dos temas, mas pela formação do conjunto emblemático que é e sempre será OoT.

_________________________
Definições e curiosidades:

*1 http://iwataasks.nintendo.com/interview … f-time/0/0
*2 O tema da tela de título de Ocarina of Time, ao menos seu início, foi ouvido pela primeira vez em outra série da Nintendo, mais precisamente em Super Mario Bros. 3, para NES. Sempre que Mario utilizava o Warp Whistle, no Mystical Warp Zone, ouvia-se o início da música que virou tema da abertura de OoT.
*3Entre os compositores que se destacaram nesta forma, encontram-se Bach, Haydn, Mozart, Beethoven, Paderewski. Mozart, em sua Sinfonia n.° 40, embora utilize a fórmula do minueto, não o apresenta com qualquer leveza, mas sim com bastante angústia.
*4 arpejo (à maneira da harpa) – é a execução sucessiva das notas de um acorde. Enquanto que num acorde as notas são tocadas simultaneamente, no arpejo essas mesmas notas são tocadas uma a uma..
*5 Frédéric CHopin escreveu 21 noturnos, mas, antes dele, quem popularizou o estilo foi John Field (1782-1837). Há vários noturnos publicados por Franz Liszt, Robert Schumann, dentre outros.
*7 Estrutura das missas fúnebres e respectivos Requiem:
1 Introitus
1.1 Requiem
2 Kyrie
3 Sequentia
3.1 Dies irae
3.2 Tuba mirum
3.3 Rex tremendae
3.4 Recordare
3.5 Confutatis
3.6 Lacrimosa
4 Offertorium
4.1 Domine Jesu Christe
4.2 Hostias
5 Sanctus
6 Benedictus
7 Agnus Dei
8 Communio
8.1 Lux aeterna

*8 Requiem de Giuseppe Verdi: http://youtu.be/LsZEv7kAllo
___________________
Referências:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Minueto
http://zelda.wikia.com/wiki/Minuet_of_Forest
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bolero_(Ravel)
http://zelda.wikia.com/wiki/Bolero_of_Fire
http://en.wikipedia.org/wiki/Serenade
http://zelda.wikia.com/wiki/Serenade_of_Water
http://pt.wikipedia.org/wiki/Noturno_(m%C3%BAsica)
http://zelda.wikia.com/wiki/Nocturn_of_Shadow
http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Field
http://pt.wikipedia.org/wiki/R%C3%A9quiem
http://pt.wikipedia.org/wiki/Requiem_(Mozart)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Requiem_(Verdi)
http://zelda.wikia.com/wiki/Requiem_of_Spirit
http://www.zeldadungeon.net/Zelda05-oca … -songs.php
http://www.angelfire.com/anime2/animefic/sheik.htm#tot

Deixar uma resposta