Quem não se lembra de puzzles complicados e do Dark World de A Link To The Past (Super NES)? E a sensação emocionante de derrotar monstros depois de tanto esforço em Twilight Princess (Game Cube e Wii)? Ou ainda tocar a Ocarina, que perpetuou pelo jogo Majora’s Mask (Nintendo 64)? É esse tipo de sentimento que o título mais promissor do momento, Skyward Sword, traz de volta à tona.
Com o uso do (nem tão) novo Wii Motion Plus, o novo jogo de uma das maiores franquias da Nintendo nos mostra por que 5 anos de espera realmente valeram à pena. A história do jogo já estava um tanto quanto clara desde antes de seu lançamento. Ele seria o antecessor de todo os outros jogos da franquia, o primeiro da cronologia. Essa revelação foi algo que fez os fãs da série criarem uma certa expectativa para o que Miyamoto e companhia estaria planejando.
E aí chegou o fatídico dia de 18 de Novembro de 2011 e toda essa expectativa foi magistralmente superada. Não é de se estranhar o fato de Skyward Sword ter ganho o prêmio de melhor jogo de Wii de 2011.
Como dito anteriormente, este é o primeiro jogo da cronologia oficial, ou seja, o mundo de Hyrule é muito diferente do que conhecemos. Para começar, não existe Hyrule. Isso mesmo. O que existe são ilhas espalhadas pelo céu, e uma ilha “principal” chamada Skyloft, onde seus habitantes usam aves gigantes chamados de Loftwings para se locomover entre as ilhas. E é nesse cenário que nosso velho conhecido aparece.
Link é um estudante da academia de cavaleiros de Skyloft e também o melhor amigo de infância de Zelda, filha do diretor da academia, Gaepora. Durante um vôo realizado pelos dois, Zelda é capturada por um tornado criado pelo antagonista principal do jogo, Ghirahim e é aí que a aventura realmente começa.
Nosso herói se vê forçado a ajudar sua amiga de infância e para isso terá o auxílio de uma companheira um tanto quanto robotizada chamada Fi que reside em sua espada. Link é mandado para a Superfície, local até então tido para os habitantes de Skyloft como inóspito e extremamente perigoso, porém é lá que a aventura toda irá acontecer. O simples estudante da academia se vê no meio de uma profecia, onde ele é o herói que deveria salvar o mundo de um mal antigo, tão antigo quanto as Deusas.
Porém não é somente no quesito história que Skyward Sword inova. O jogo nos apresentou a um modo completamente novo de se jogar Zelda, onde não existem mais movimentos pré programados ao aperto de um botão. Com o uso do Wii MotionPlus Link reproduz exatamente os mesmo movimentos que o jogador faz com o controle. Se você quiser fazer um corte horizontal é só balançar o controle na horizontal, se quiser fazer na vertical é só balançar na vertical e assim por diante. Porém deve-se lembrar que o que você fizer é exatamente o mesmo que acontecerá dentro do jogo. E isso não se limita a espada, porém se extende a toda gama de itens que Link possui. Alguns itens novos, como o Beetle (um equivalente ao clássico bumerangue), são completamente controlados pelos movimentos feitos com o WiiMote. Já os clássicos, como o arco e flecha e mesmo as bombas, foram repensados com o uso do novo acessório. Nada mais de simplesmente jogar aleatoriamente as bombas, agora você tem a opção de poder rolá-las para que elas entrem em algum buraco na parede. Mesmo seu novo meio de transporte aéreo, seu Crimson Loftwing, é controlado pelo acessório.
Porém, no quesito inovação, possivelmente a melhor a que fomos apresentados é o sistema de upgrade de itens e poções. Lembram-se de Twilight Princess onde depois que você conseguia o arco e flecha o estilingue perdia quase que completamente sua utilidade? Pois é, em Skyward Sword isso não acontece. Com o sistema de upgrade de itens você pode fazer seu simples estilingue virar uma arma de uso contra vários inimigos ao mesmo tempo, basta simplesmente dar os materiais certos para o caricato ferreiro de Skyloft que você irá possuir o Scattershot, um estilingue mais forte e que não atinge somente um alvo, porém vários ao mesmo tempo, quase uma shotgun ancestral.
Mas, como já é comum, em um lançamento de um novo jogo da franquia vem a seguinte pergunta: “Este novo Zelda conseguiu superar o clássico Ocarina of Time?”. E não é diferente no caso de Skyward Sword.
Ocarina of Time foi com certeza um jogo que marcou sua época, desde sua história, até seus gráficos (afinal, foi o primeiro jogo em 3D da série) e seu gameplay. Esse jogou criou certas fórmulas a serem seguidas para todos os jogos seguintes da franquia. Porém temos sempre que lembrar que estamos falando de um jogo que já tem 14 anos desde seu lançamento, então certas coisas, como gráficos, simplesmente não podem ser comparadas com os jogos mais atuais. Porém não há dúvidas de que Skyward Sword também marcou sua época. Desde seus gráficos, que misturam um toque de cel-shading, já visto em Wind Waker à aspectos realistas, que dão um toque bem cartunesco ao jogo; até sua história extremamente envolvente. E isso sem falar da maior inovação já vista na série, desde o grande clássico do Nintendo 64, que é o uso do Wii MotionPlus.
Skyward Sword é um jogo que marca o fim de uma época, uma época onde “inovação” e “inusitado” foram palavras chaves. E Skyward Sword é tudo isso. Uma aposta inusitada da Nintendo em inovar uma fórmula que vem dando certo há 25 anos, mas que novamente deu extremamente certo.
E agora que venha o Wii U, que promete inovar ainda mais o mercado de video games com seu controle/tablet e que traga com ele mais um jogo tão incrível de nossa tão amada franquia lendaria quanto foi Skyward Sword.