Skip to main content

Lançados em 27 de fevereiro de 2001, os jogos The Legend of Zelda Oracle of Ages e Oracle of Seasons originais do GameBoy Color, foram os primeiros e únicos jogos da franquia lançados em par. Considerados jogos “irmãos”, ocupam a mesma posição na linha do tempo da série. Suas histórias acontecem logo depois que Link derrota Ganon em A Link to the Past. Com uma premissa diferente de seu antecessor cronológico, os Oracles desenvolvem seu enredo fora do reino de Hyrule, nas longínquas terras de Labrynna e Holodrum.

Em clima de pós-lançamento dos jogos no eShop do Nintendo 3DS, hoje, mais de 12 anos depois do lançamento original, vamos retornar a Holodrum e Labrynna e relembrar as aventuras de Link no GameBoy Color, nesses que são títulos obrigatórios a qualquer fã de Zelda. Então prepare sua Harp of Ages e sua Rod of Seasons e vamos viajar no tempo e nas estações em busca da nostalgia e da diversão que esses títulos nos proporcionam e ainda vão nos  proporcionar por um bom tempo!

 

The Legend of Zelda: Blue Version & Red Version.

Desde as boxarts dos jogos e até a premissa de duas “versões” de um jogo Zelda, Ages e Seasons nos remetem muito a Pokémon, visto que na série dos “monstros de bolso”, essa dualidade nos títulos e a mecânica de que uma versão completa a outra já é uma de suas principais características.

Mas se engana quem pensa que essa formula se aplica aos Oracles. Os jogos são mais diferentes que semelhantes, começando pelo ambiente onde a história acontece e indo até os detalhes de gameplay, chefes e dungeons. Eles não são versões de um mesmo jogo, mas sim, jogos diferentes com conceitos associados. Existe a capacidade de ligar os títulos através dos “Secrets” conseguidos com as diversas personagens espalhadas pelo jogo. Sem a necessidade do cabo link. Esses segredos são códigos que, se introduzidos no jogo oposto, trazem além do nome, alguns itens conseguidos na aventura anterior, alterando também certos detalhes na nova aventura, que estende a história original e desbloqueia chefes e dungeons secretas.

Boxart OraclesViagem no Tempo e nas Estações.

Cada um dos jogos possui uma mecânica em particular que os direciona à jogabilidades diferenciadas um do outro. Em Oracle of Ages, Link pode utilizar o item chamado de Harp of Ages, que é um instrumento musical capaz de fazê-lo viajar entre o passado e o presente. Esse item é essencial para a dinâmica do jogo, onde os desafios e templos alternam entre os tempos e quanto mais músicas são aprendidas, mais ele tem liberdade no uso do item. Já em Oracle of Season, Link utiliza o poder da Rod of Seasons, que é o item que tem a capacidade de alterar as estações do ano entre as quatro existentes, alternando entre elas para ganhar acesso as áreas diferentes. Assim como no Ages, quanto mais estações são desbloqueadas no cajado, mais liberdade se ganha para alterar as estações. Observar as mudanças na geografia de Holodrum e Labrynna é um adendo a parte, já que os gráficos são muito bons se comparados ao de Link’s Awakening DX. Lançados um mês antes do, na época, novo portátil da Big N (o GameBoy Advance), os jogos tinham uma opção compatível com o novo console: o Advance Shop (que infelizmente não pode ser acessado na versão para 3DS).

 

Harp of Ages e Rod os SeasonsA Sacerdotisa, o General e as Árvores Falantes.

Ambos os jogos começam de maneira parecida. A Triforce pressente forças malignas rondando as terras distantes de Holodrum e Labrynna, e envia Link para “verificar” o que pode estar acontecendo. Logo de início ele é apresentado ao prólogo do jogo, uma pequena cena mostra os Oráculos que, em seguida, são sequestradas pelos respectivos vilões de cada título: a sacerdotisa Veran, trajando roupas escuras com um simbolo que lembra o dos Sheikah, e com uma aparência de bruxa, em Ages; e o general Onox, com sua enorme e aterradora armadura com o simbolo dos Gerudo gravado no peito, em Seasons.

Veran e OnoxCada uma das regiões possui um espírito guardião chamado Maku Tree, árvores que apesar de homônimas são diferentes na aparência e no comportamento. Enquanto a Maku Tree de Holodrum tem uma aparência masculina, está sempre calma e passa o tempo todo dormindo, a de Labrynna tem uma aparência feminina e é sempre bem expressiva e um tanto “exagerada”. Seja qual for a aventura, ambas pedirão que coletemos oito essências (da Natureza em Seasons e do Tempo em Ages) para que seus poderes sejam restaurados e através deles elas quebrem as forças que nos impedem de resgatar os Oráculos sob posse dos vilões.    

Maku TreeEm ambos os títulos, alcançar os calabouços onde estão as essências sempre envolverá as viagens no tempo e as alterações nas estações. O que faz os poderosos itens mágicos sobre a posse de Link serem usados constantemente durante as aventuras. Além do uso dos mesmos serem necessários para o deslocamento no mapa e na tentativa de completar as diversas side quests do jogo.

 

As raças antigas e as novas.

Os Oracles, apesar de reciclar velhos conceitos, também trazem muitas novidade à série. Somos apresentado a novas “raças”: os Subrosians e os Tokays, além dos antigos Gorons e Zoras.

Os Subrosions são os habitantes de Subrosia, região localizada no subterrâneo de Holudrum, são pequenas criaturas que vivem cobertas por uma espécie de manto ocultando sua verdadeira forma. Já os Tokays são os “homem-lagartixas” habitantes de Crescent Island uma ilha no território de Labrynna. Gorons habitam as montanhas como de costume e Zoras a costa marinha como em Majora’s Mask. Além deles temos os Stalfos Piratas, os Moblins, e os Hylians que habitam as duas regiões.

Raças em Holodrum e LabrynnaDurante a jornada, Link conhece três criaturas que o auxiliam em parte do trajeto, elas funcionam como montaria e cada uma possui uma habilidade diferente. Eles são: Moosh, o “urso-voador” que tem a habilidade de voar sobre cadeias de buracos e esmagar os inimigos; Dimitri, o Dodongo que pode nadar em fortes correntezas, subir cachoeiras e comer os monstros pelo caminho; e Ricky, um “canguru-boxeador” que salta grandes distancias e para lugares altos além do socar os adversários. Todos são essências para a construção do universo dos jogos. Criando peculiaridades no enredo e características próprias aos títulos.

Montarias em Holodrum e LabrynnaO Oráculo dos Segredos e o Encantador de Serpentes

Já é uma história conhecida a de que a dupla de jogos de GameBoy Color foi idealizada como um trio. Cada jogo seria baseado num dos atributos da Triforce e com cada uma dos Oráculos relacionada a uma das Deusas da Criação. No entanto, a dificuldade de se programar três títulos diferentes usando o sistema de “segredos” se tornou impossível com a tecnologia da época, fazendo com que o terceiro título estrelado por Farore fosse cancelado. Esse fato não impediu que o Oráculo dos Segredos tivesse participação nos jogos. Farore, que mora no interior da Maku Tree em ambos os jogos, num lugar chamado Hall of Secrets tem em seu poder o Book of Secrets, livro que registra os segredos conseguidos em jogo e que se contados o oráculo no jogo inverso ou a personagens específicos podem desbloquear certos itens e upgrades. Além dela, outro personagem que faz uso dos segredos são as serpentes de Vasu, o avalista de Magic Rings. Cada vez que um novo anel é conseguido o segredo é mudado e pode ser compartilhado entre os dois títulos. Como existem anéis exclusivos para cada uma das “versões”, completar a lista com os 64 deles só é possível com as trocas dos segredos e bastante paciência.

Farore e VasuAventuras que valem a pena.

Se existem franquias capazes de criar inúmeros clássicos, The Legend Zelda é uma prova disso. Não é porque este que vos escreve, assim como a grande maioria de nossos leitores já são fãs da série, que faço essa afirmação. É mesmo difícil (depois de ter jogado tantos Zeldas) ser imparcial. No entanto, é fácil perceber, até pra quem não é fã, as qualidades da dupla de jogos do GameBoy Color, que  apesar de seguirem a risca a fórmula já conhecida de seus antecessores (oque não é nem de longe uma coisa ruim), eles também agregam novidades à jogabilidade bem como ao glossário de informações que temos do universo da série. The Legend of Zelda Oracle of Ages e Oracle of Seasons cumprem o papel de excelência que já conhecíamos nos outros subtítulos de Zelda, fazendo valer a pena jogá-los mesmo tantos anos depois do seu lançamento original. Se você teve essa oportunidade no seu GameBoy Color ou GameBoy Advance sabe oque estou dizendo, mas se não teve, as versões dos jogos disponíveis no Virtual Console do Nintendo 3DS são uma boa oportunidade de viver mais essas aventuras que, sem dúvida, lhe renderão horas de jogatina, no melhor do estilo clássico da série. Salvar Din e Nayru, bem como descobrir os segredos que unem Holodrum e Labrynna serão desafios aceitos de bom grado pelos jogadores, dos antigos aos novos. Se tiver a oportunidade de jogar os títulos, jogue! E durante muito tempo você se lembrará das aventuras nas distantes terras dos Oráculos.

Deixar uma resposta